Antes de postar novas informações no site, observe, por favor, os 10 mandamentos abaixo. Eles não foram recebidos diretamente de Deus no Monte Sinai — o que significa que estão sujeitos a críticas & reformulações — mas podem ajudar bastante. Não duplicareis informação. Antes de postar um novo artigo ou um novo link, verificai, por favor, se ele já não está disponível no site. Não adulterareis o original. Ainda que o “original” possa ser apenas uma presença diferida, como diz Derrida, limitai suas alterações a questões de formatação e à correção de erros óbvios. Sobretudo, não cometais supressões, interpolações, acréscimos e outros vícios monásticos tão freqüentes durante a Idade Média. O contexto histórico, percebei, agora é outro. Não violareis os direitos autorais. Tende cuidado com a reprodução de textos cujos autores estejam particularmente inadvertidos de que a autoria é apenas um princípio de agrupamento do discurso, como diz Foucault. Ainda que acreditemos todos que a propriedade intelectual é um roubo (que só foi instituído, aliás, depois do advento da Revolução Burguesa), respeitai, por favor, as duras leis. Mas acreditai que, como o direito de acesso à informação é público e assegurado pela Constituição, notícias avulsas do jornal de ontem podem ser reproduzidas livremente. [leia mais sobre nossa política de direitos] Não deixareis de citar a fonte. A menos que estejais postando aquelas anedotas anônimas que nos chegam por correio eletrônico, informai sempre o lugar de onde os textos foram extraídos, com a data e o endereço eletrônico de sua primeira publicação. Mas tende cuidado com as falsas autorias. Luís Fernando Veríssimo, Clarice Lispector e Jorge Luís Borges são menos prolíficos do que a vã internet nos parece fazer crer. Não olhareis cara, e vereis coração. Publicai os textos bons dos autores ruins, dos autores desconhecidos e dos autores não titulados; e esquecei os textos ruins dos autores consagrados. Entendei que todo Fernando Sabino tem seu dia de Zélia, a Paixão, e que mesmo Paulo Coelho é capaz de Gita. Não sereis preconceituoso. Publicai todos os artigos e sites que possam vir a ser de interesse específico da área de Letras, ainda que defendam posição teórica adversária à vossa, que incorram no mais flagrante chauvinismo lingüístico ou literário, ou que estejam vertidos em alguma das maravilhosas variedades desprestigiadas da língua portuguesa. Percebei que aprendemos, principalmente, pelos contraexemplos, e que a Bruna Surfistinha de hoje talvez venha a ser o D. H. Lawrence de amanhã. Não sereis generalista. Publicai apenas material que seja de interesse específico da área de Letras, ou seja, que tematize a língua ou a literatura. Textos genéricos sobre educação, sobre a decadência moral do Ocidente, ou sobre a influência de Saturno na menstruação das jubartes, ainda que interessantíssimos, devem ser publicados se, e apenas se, ilustrarem fenômenos lingüísticos ou literários relevantes. Não sereis prisioneiro do tempo. Não, a prosa brasileira não terminou com a morte de Clarice Lispector, e sim, houve vida inteligente na Lingüística antes de Saussure. Não vos preocupeis tanto com a data de publicação dos textos de notícia e opinião, mas prestai atenção, por favor, à data de realização dos concursos e congressos. Não sereis prisioneiro do espaço. Procurai diversificar as fontes de informação. Quem quer passar além da dor tem que cruzar o Bojador. E não vos preocupeis: não há pecado do lado de baixo do Equador. O ciberespaço é esférico e se navegardes sempre em direção a Oeste chegareis às Índias. Desbravai, pois, novos continentes. A América pode estar ali. Não falareis apenas de vossa aldeia. Evitai publicar textos próprios com muita freqüência. Se preferirdes, criai um blog, e o listaremos na lista dos blogs. Ou criai uma seção própria, apenas vossa, que reunirá todos os textos de vossa autoria. E principalmente: não useis o site como instrumento de vossa ira, ou como estratégia de adulação.
|